Estou atônita por ter escutado um CD tão profundo, com registros que afloram muita sensibilidade.
Sinto uma maturidade de cantora, e ainda mais, por eu já ter conhecido o seu primeiro trabalho. Vi o quanto a vida a ensinou a cantar, a voar e a andar com os pés no chão!!! Ela foi ao encontro de sua identidade mais profunda.
Afinadíssima e com um timbre que caminha entre o grave aveludado e o agudo encorpado, potente. Vê-se que ela tem uma preocupação melódica e harmônica na escolha do repertório e ela soube fazer com muita propriedade. Ela é uma grande cantora e de grande sensibilidade.
Luiz Felipe Gama é um compositor e arranjador que pesquisa e inventa o seu próprio jeito de compor, é muito autêntico. É inovador e ao mesmo tempo “reciclador”, coloca as suas influências musicais de forma sutil e que dessa forma nos permite entender de onde tudo veio. Vê-se que ele faz uma análise e estruturação da música como canção. Ele elabora suas canções com muita criação, é uma obra artística.
Existe um conceito no disco que é o de passar de uma música pra outra sem parar. Adoro isso, dá a noção de continuidade, me prende em casa, não me deixa sair da sala.
É um disco de cantora muito bem produzido e arranjado. Além de ter uma ótima banda a acompanhando, como Natan Marques viola caipira, violão, Sylvinho Mazzuca no baixo, Paulinho Baptista trompete e Sérgio Reze bateria e percussão, e o próprio Luiz Felipe no piano. È muito boa essa formação.
A obra contou com participações especialíssimas, Guinga cantando na música “Depois do Sonho”, Renato Teixeira em “Amora” e Carlos Buono tocando bandoneón em “Juliana”. Vale à pena conferir. Pra mim esse é o melhor disco de cantora, desse tempos.
A “Linha D’água” (Rodrigo Zaidan Luciano Garcez) é a música de abertura e ela faz esse propósito de aguçar em nós a vontade de conhecer o disco por inteiro. Isso se transmite quando na música o Contra-Baixo toma forma. Fomenta curiosidade de conhecer as músicas que passam pelo crivo de sua interpretação.
A música quatro “A cidade e a Serra” (Luiz Felipe Gama e Luciano Garcez) dá uma respirada nas tensões e traz a alegria e conquista o público novamente.
Depois de ouvir uma música alegre ela canta “Clara” (Luiz Felipe Gama) é muito introspectiva. Ela brinca novamente com a dinâmica do arranjo e da voz entre grave e agudo, volume alto e baixo, ela faz isso com muita versatilidade.
Já a música “Amora” (Renato Teixeira) acalma e tranqüiliza a tensão da canção anterior. Por ser conhecida chama atenção do ouvinte para o meio do disco e atiça a curiosidade para saber como ela interpretaria aquela música que já foi cantada por tantos.
O mesmo se dá em "Modinha e Retrato em Branco e Preto" (Vinícius de Moraes/ Tom Jobim e Chico Buarque) por serem músicas conhecidas, descansam um pouco o ouvinte, e o leva para outra esfera da percepção referente ao das lembranças e saudades. Nessa música Ana Luiza chegou ao auge de sua interpretação com uma esplendida naturalidade.
Nunca pensei que fosse ouvir Encrenca novamente, o Natan me ensinou a cantá-la para um show, e nunca me lembrava de como era, só partes da melodia e algumas palavras. Fiquei surpresa e grata, eu me lembro dele me contar que Elis iria gravá-la, mas que morreu pouco depois e que até então nunca ninguém tivesse gravado. Ah se eu soubesse que seria cantora naqueles tempos!!! Hehehe. Ana Luiza a interpretou com muita propriedade.
Que delícia do menininho cantando o “Viola Violar” (Milton Nascimento e Márcio Brant). A música ficou ótima, dá vontade de ficar cantando toda hora.
Pra mim Juliana (Luis Felipe Gama) é a música mais bonita do disco. Música letra e arranjos.
Tem até poema de Pablo Neruda musicado pelo Luis, chamado Soneto LXVI. Na voz de Ana Luiza a música sai das entranhas.
É interessante a idéia das músicas alegres intercalar as mais tensas, dá equilíbrio para as emoções.
E no quase final o frevo "Ninho de Vespa" de Dori Caymmi e P C Pinheiro foi fundamental pra mostrar o naipe da banda e tudo mais. Ela cantou muito bem!!
A última música "Bacia das Almas" remete a uma lembrança atemporal. Lembrei-me muito do livro de poesias “A Viagem” de Cecília Meireles, tem um sentido efêmero, que conta coisas difíceis com muita sutileza. Tal qual Cecília, Luiz Felipe Gama e Mauro Aguiar souberam transmitir o momento da passagem muito bem.
Achei o disco um pouco extenso, talvez eu não fizesse tão grande. Entretanto, eles souberam variar as músicas conhecidas e com as desconhecidas e isso deixou disco bem equilibrado, na medida.
Sinto uma maturidade de cantora, e ainda mais, por eu já ter conhecido o seu primeiro trabalho. Vi o quanto a vida a ensinou a cantar, a voar e a andar com os pés no chão!!! Ela foi ao encontro de sua identidade mais profunda.
Afinadíssima e com um timbre que caminha entre o grave aveludado e o agudo encorpado, potente. Vê-se que ela tem uma preocupação melódica e harmônica na escolha do repertório e ela soube fazer com muita propriedade. Ela é uma grande cantora e de grande sensibilidade.
Luiz Felipe Gama é um compositor e arranjador que pesquisa e inventa o seu próprio jeito de compor, é muito autêntico. É inovador e ao mesmo tempo “reciclador”, coloca as suas influências musicais de forma sutil e que dessa forma nos permite entender de onde tudo veio. Vê-se que ele faz uma análise e estruturação da música como canção. Ele elabora suas canções com muita criação, é uma obra artística.
Existe um conceito no disco que é o de passar de uma música pra outra sem parar. Adoro isso, dá a noção de continuidade, me prende em casa, não me deixa sair da sala.
É um disco de cantora muito bem produzido e arranjado. Além de ter uma ótima banda a acompanhando, como Natan Marques viola caipira, violão, Sylvinho Mazzuca no baixo, Paulinho Baptista trompete e Sérgio Reze bateria e percussão, e o próprio Luiz Felipe no piano. È muito boa essa formação.
A obra contou com participações especialíssimas, Guinga cantando na música “Depois do Sonho”, Renato Teixeira em “Amora” e Carlos Buono tocando bandoneón em “Juliana”. Vale à pena conferir. Pra mim esse é o melhor disco de cantora, desse tempos.
A “Linha D’água” (Rodrigo Zaidan Luciano Garcez) é a música de abertura e ela faz esse propósito de aguçar em nós a vontade de conhecer o disco por inteiro. Isso se transmite quando na música o Contra-Baixo toma forma. Fomenta curiosidade de conhecer as músicas que passam pelo crivo de sua interpretação.
A música quatro “A cidade e a Serra” (Luiz Felipe Gama e Luciano Garcez) dá uma respirada nas tensões e traz a alegria e conquista o público novamente.
Depois de ouvir uma música alegre ela canta “Clara” (Luiz Felipe Gama) é muito introspectiva. Ela brinca novamente com a dinâmica do arranjo e da voz entre grave e agudo, volume alto e baixo, ela faz isso com muita versatilidade.
Já a música “Amora” (Renato Teixeira) acalma e tranqüiliza a tensão da canção anterior. Por ser conhecida chama atenção do ouvinte para o meio do disco e atiça a curiosidade para saber como ela interpretaria aquela música que já foi cantada por tantos.
O mesmo se dá em "Modinha e Retrato em Branco e Preto" (Vinícius de Moraes/ Tom Jobim e Chico Buarque) por serem músicas conhecidas, descansam um pouco o ouvinte, e o leva para outra esfera da percepção referente ao das lembranças e saudades. Nessa música Ana Luiza chegou ao auge de sua interpretação com uma esplendida naturalidade.
Nunca pensei que fosse ouvir Encrenca novamente, o Natan me ensinou a cantá-la para um show, e nunca me lembrava de como era, só partes da melodia e algumas palavras. Fiquei surpresa e grata, eu me lembro dele me contar que Elis iria gravá-la, mas que morreu pouco depois e que até então nunca ninguém tivesse gravado. Ah se eu soubesse que seria cantora naqueles tempos!!! Hehehe. Ana Luiza a interpretou com muita propriedade.
Que delícia do menininho cantando o “Viola Violar” (Milton Nascimento e Márcio Brant). A música ficou ótima, dá vontade de ficar cantando toda hora.
Pra mim Juliana (Luis Felipe Gama) é a música mais bonita do disco. Música letra e arranjos.
Tem até poema de Pablo Neruda musicado pelo Luis, chamado Soneto LXVI. Na voz de Ana Luiza a música sai das entranhas.
É interessante a idéia das músicas alegres intercalar as mais tensas, dá equilíbrio para as emoções.
E no quase final o frevo "Ninho de Vespa" de Dori Caymmi e P C Pinheiro foi fundamental pra mostrar o naipe da banda e tudo mais. Ela cantou muito bem!!
A última música "Bacia das Almas" remete a uma lembrança atemporal. Lembrei-me muito do livro de poesias “A Viagem” de Cecília Meireles, tem um sentido efêmero, que conta coisas difíceis com muita sutileza. Tal qual Cecília, Luiz Felipe Gama e Mauro Aguiar souberam transmitir o momento da passagem muito bem.
Achei o disco um pouco extenso, talvez eu não fizesse tão grande. Entretanto, eles souberam variar as músicas conhecidas e com as desconhecidas e isso deixou disco bem equilibrado, na medida.
7 comentários:
Blz Leopoldina,
fiquei feliz com a iniciativa.
sucesso para o blog e que boas palavrinhas nunca te faltem.
bj do parceiro Dudu Nicácio.
Quero ouvir esse disco. Onde encontro?
Não sei onde vende pois este eu ganhei, mas sei que o disco é vinculado 'a Guanabara Records www.guanabararecords.com e é distribuído pela Tratore www.tratore.com.br.
O disco é distribuído pela Tratore (www.tratore.com.br), e se pode encontrar em diversas lojas do país (no site há a lista delas) e no www.submarino.com. Concordo com você, Leopoldina, que bom que um disco tão importante como esse foi ouvido e comentado com tanto apuro. Tenho a dizer somente que, mais do que um disco "de cantora", "Linha d'água" é um disco "de duo". Sei que Luis Felipe Gama e Ana Luiza são parceiros há mais de 12 anos e contróem juntos o seu trabalho artístico, cuidadosos que são na escolha rigorosa do repertório, passando pela construção dos arranjos desse pianista especial, culminando com o modo de gravar os discos. Esse, por exemplo, foi gravado em tempo real, todo mundo ao mesmo tempo no mesmo espaço. Errou alguém, começa de novo, até ficar bom. Imagina o calor das interpretações de todos os envolvidos? Concordo com você, acho que Luis Felipe Gama assina a direção musical com a maestria de um ourives. E Ana Luiza é uma cantora como poucas. Trabalho de rara beleza, que honra a tradição e aponta pra modernidade. Fundamental.
É isso aí Mácia, fico feliz que apesar de tanta massificação de cultura, podemos ver um trabalho tão bem feito e que aos poucos vai chegando até nós. Bom poder saber que no Brasil existam pessoas tão competentes.
Olá, sou o Luciano Garcez, o compositor de Linha D´água, de A Cidade e a Serra e do prefácio do CD da Ana. Gostaria de estabelecer elos aqui com músicos, pois tenho um blog sobre: sombradocafenice.blogspot.com. Bjos para todos.
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